A tristeza de ser um Pobre Engenheiro

Como eu me vejo sendo um Pobre Engenheiro Brasileiro

Desde novo eu sempre gostei de estudar e trabalhar, pois me sentia útil. Estudei em escolas públicas e com muito esforço fiz um curso técnico, depois engenharia em uma tradicional faculdade de Minas Gerais, sempre trabalhando enquanto estudava. Minha família é pobre e não preciso dizer que o sofrimento nesse caso é dobrado e vem desde cedo. Depois de me formar em engenharia finalmente vi que poderia investir parte do meu salário e comecei a pesquisar sobre finanças, quando então encontrei os blogs sobre o assunto e me identifiquei muito com o blog Vida de Pobretão - http://vidaruimdepobre.blogspot.com.br/ pois ele me pareceu muito verdadeiro, uma vez que todos nós jovens trabalhadores sabemos como na verdade a vida é sofrida e o trabalho só serve para enriquecer as corporações e algumas poucas pessoas no topo. A verdade é que após alguns anos de trabalho, pressões, chefes sem escrúpulos etc eu tenho uma mixaria guardada, um carro velho e a pressão psicológica constante de perder o emprego.

Então resolvi escrever esse blog para desabafar e encontrar pessoas que também estejam nessa luta para economizar e sair da vida de trabalhador miserável. É um blog de caráter pessoal onde vou ser sincero como NÃO PODEMOS SER em nossa sociedade hipócrita de aparências. Não é um blog técnico sobre finanças, pois o conhecimento está disponível na internet e pretendo aqui, claro, aumentar meu conhecimento interagindo com pessoas cujos objetivos sejam parecidos com os meus, mas acima de tudo quero falar sobre como me sinto e o que penso. Eu sou de família pobre, bem simples de classe média brasileira. Moro sozinho e tenho pouco contato com a família, pois existem muitas mágoas devido ao despreparo, decisões erradas etc. Após uma infância difícil, adolescência diferente dos amigos devido às restrições financeiras, entrada no mundo de trabalho, estudos, esforço enorme, frustrações, o que me resta agora é tentar manter minha sanidade e focar meus esforços em economizar o suficiente para alavancar alguma oportunidade para mim.
Ainda não defini objetivos de valores a economizar, pois vai depender do que eu for fazer, mas a meta de 1 milhão é um bom desafio. Porém me assusta ver como estou longe:

Patrimônio em 30/11/2015: R$15919,40

Portanto, pretendo inicialmente apenas colocar a meta de aportar o máximo que eu puder, realmente cumprindo o valor planilhado atualmente:

Meta de aporte para 2016: R$3000,00

  

   Vou começar fazendo uma geral da minha situação atual, explicando sobre algumas das decisões e circunstâncias que me trouxeram até aqui para servir de alerta aos amigos da comunidade de finanças:

Casamento

Postura dominadora da mulher aceitada pelo homem no casamento para conseguir um pouco de sexo

Sem dúvida meu casamento foi a decisão que mais afetou minhas finanças. Todos os guerreiros realmente empenhados em sair desse mundo de trabalho horrível e opressor sabem que mulher é sinônimo de gastos e pressões psicológicas que podem levar o homem a níveis de stress e sofrimentos além da sua capacidade. A combinação trabalho / esposa pode ser fatal para um homem. Durante meu casamento não preciso dizer que simplesmente NÃO SOBRAVA dinheiro para investir. Vou desenvolver esse assunto em um post específico, mas deixo o alerta para NÃO COMETEREM ESSE SUICÍDIO FINANCEIRO. Eu ainda fiquei livre do filho, que aí sim determina o fim da vida de um homem como ele gostaria.

 Comportamento da mulher logo após o casamento, sabendo que tem seus direitos financeiros assegurados por lei

Divórcio

Amigos, se o casamento já é difícil o divórcio, apesar de ser a única solução, também não é fácil. As nossas leis sempre protegem alguns grupos como pessoas preguiçosas, minorias e mulheres e quem sempre se ferra é o jovem trabalhador, honesto e de bom coração. Se você quiser ser muito honesto vai pagar o preço. E eu paguei para poder ficar livre de um casamento que estava acabando comigo, não apenas para não deixar a ex na mão mas principalmente para evitar problemas jurídicos potenciais. Resumindo, saí do divórcio sem o carro que comprei na época, sem todos os móveis que comprei e levei comigo apenas as roupas e um pouco de dinheiro, para tentar literalmente recomeçar minha vida (horrível).

Álcool, diversão, carro, mulheres

Basicamente todos os meus gastos que não foram com o casamento foram tentando alguma dessas coisas:

- Conseguir mulheres, sexo, carinho;
- Aceitação social da família, amigos, trabalho;
- Alívio das pressões provocadas justamente pelos itens acima (presentes para mim).

É impressionante como é caro e difícil manter um padrão mínimo de vida nesse país de merda. Estou destacando esse pensamento porque eu não sou de ostentar, sou muito simples e humilde, do tipo que almoça PF de 10 Real. Mesmo saindo para beber em bares simples, tomando cervejas baratas, cachaça, comendo tira gosto de estufa, comprando carros velhos, roupas simples da C&A, celular da empresa (e se fosse pra eu comprar nunca seria iPhone, mas sim um Nokia usado de R$300). Mesmo comprando cerveja Itaipava no supermercado pra tomar em casa, whisky Natu Nobilis ou Wall Street. Mesmo com toda minha concentração para não ceder às pressões (quando você se forma em engenharia todos esperam te ver com carro novo, roupas caras, comprando apartamento etc). Mesmo assim, a verdade é que parece impossível juntar dinheiro e eu não entendo a necessidade das pessoas de comprar e mostrar coisas e vou escrever aqui em outros posts tudo que eu queria falar para elas (e algumas vezes falo, arrumando brigas ou caras feias), pois é por culpa da ignorância e consumismo da maioria que somos explorados de todos os lados, com preços abusivos, pressão por status social, mulheres cada vez mais exigentes, serviços públicos humilhantes.
Meu dinheiro vai embora todo mês num ciclo de trabalho / salário / gastos para aliviar a pressão do trabalho / mais trabalho.

Conclusão

Devido a esses fatores me encontro hoje um adulto inseguro, sob pressão constante e sem grandes "realizações" ou patrimônio. É muito triste ter obrigações com horários, compromissos de trabalho que fingimos que são importantes mas são a exploração do seu esforço sem o devido benefício a você, deslocamentos para o trabalho, trânsito, pessoas ignorantes na rua, na padaria, NO TRABALHO.
E o pior de tudo é aguentar tudo isso para ver que no fim do mês não sobrou nada para você. Eu entendo porque a maioria escolhe gastar tudo para ter satisfação, mas eu escolho aguentar as pressões de uma vida pobre para ter uma vitória no futuro!

Esse blog simboliza uma nova etapa para mim, na qual vou aplicar a disciplina necessária para mudar minha vida.

Conto com a ajuda de todos os pobretões da blogosfera de finanças brasileira!

Boa sorte a todos!