sábado, 9 de janeiro de 2016

Histórico do patrimônio de um pobre

Coincidência ou não, a exemplo do Pobretão de Vida Ruim (http://vidaruimdepobre.blogspot.com.br/) eu mantenho registros financeiros desde 2012. Então resolvi postar aqui meu histórico de patrimônio e dentro do que me lembro vou fazer um resumo dos anos anteriores.

2012 - Patrimônio R$15941,00

Foi um ano de esperança para mim pois eu havia entrado em uma multinacional foda do meu setor depois de passar anos numa empresa local onde me formei e não fui reconhecido. Tive a chance de fazer minha primeira viagem internacional e parecia que ia tudo bem até que comecei a ter desentendimentos com o chefinho que escolheu o grupo preferido de playboys dele na empresa. Em pouco tempo eu chutei o balde e como na época o mercado estava bom eu logo consegui uma nova oportunidade e me senti mais confiante ainda. Tive gastos incríveis com MBA e outros investimentos relacionados à carreira. Achei na minha planilha gastos com empregada (nem lembrava desse luxo), seguro (que hoje em dia já chutei o balde e não faço mais), empréstimo para um parente que hoje poderia estar emprestando pra mim (que depressão), pousada (quem dera hoje em dia). Como gastei dinheiro achando que tudo ia melhorar... que ilusão!

2013 - Patrimônio R$15618,00

Como não aprendi nada no ano anterior e ainda acreditava que tudo ia dar certo, tive gastos com compra de carro (que absurdo!), MBA, empréstimos para parentes, viagens, seguro, até psicóloga nessa época eu paguei já sentindo as dificuldades da pressão de trabalho e sustentar as despesas absurdas de querer me encaixar na sociedade. Contas de cartão de crédito na casa de 2000, 3000... o que eu fiz? Nem sei como mantive o patrimônio...

2014 - Patrimônio R$12057,24

Nesse ano sofri o duro golpe de ser demitido já com os efeitos do início da crise que estamos vivendo e meu salário caiu pela metade. Tudo o que eu imaginava, minhas esperanças, confiança, tudo foi embora de um mês para o outro. Redução do padrão de vida, gastos só para sobreviver... foi quando vi que eu teria que me acostumar com uma vida de merda por muito tempo se quisesse ter algo. Por sorte apareceu uma oportunidade com o mesmo salário que eu tinha em 2012 e 2013, mas como sabem tive minha vida destruída por um casamento e divórcio, que não vou falar quando foi mas o que quero dizer é que mesmo essa nova oportunidade não trouxe o benefício que poderia. Cheguei a ter um patrimônio perto de R$50000 contando com FGTS mas como tudo na vida de um pobre vai embora em meio a tentativas de buscar felicidade, descontrole emocional, prejuizos com carro, parcelamentos no cartão, gracinhas para aparecer pros outros.

2015 - Patrimônio R$18.000,00

Me recuperei um pouco, mas se eu não mudar e cumprir minha meta de aporte de R$3000 não vou sair do lugar, como aconteceu desde 2012.

É isso, a saga de mais um pobre sem educação financeira que está lutando para mudar hábitos e aceitar que não pode entrar na onda dos outros se quiser ter um futuro.


Boa sorte pra mim!

5 comentários:

  1. Tu ainda atua na sua própria área o pior é ser formado e ganhar salário de gente com apenas 2º grau.

    Tua saúde cada vez pior, pois o único trampo que conseguiu é terceirizado, sem perspectiva de efetivação e ainda por cima não tem beneficio algum.

    Ter que pagar médico particular do próprio bolso e se ferrar vendo seu caminho a IF ruir

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    1. Saúde é o único bem de um pobre. Já fiz cirurgia pelo plano e se precisasse pagar seria uma derrota mesmo. Boa sorte amigo!

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  2. Boa sorte amigo. Se tudo o que disse é verdade, considere o ano de 2015 como o primeiro, que foi o ano em que você tomou pé da situação e decidiu melhorar e aportar mais. Use seu raciocínio matemático para estabelecer metas de poupança em % da renda e compare com os anos anteriores.

    Sua conclusão de posts anteriores é totalmente real: O brasileiro tem um padrão de vida miserável, não sobra nada no fim do mês para ter um mínimo de poupança que seja. E aí muita gente acaba sucumbindo ao carpe diem total e irrestrito.

    Mas a única saída para entrar no seleto grupo da população que tem parte significativa de dinheiro vindo da renda passiva é o aporte. E aí você muda de lado, de explorado para explorador, de proletário para detentor dos meios de produção. Vendo com o Brasil é um país com (1) juros altíssimos, (2) estrutura tributária regressiva e impostos pesadíssimos sobre o consumo e sobre a folha de pagamento, mas impostos leves sobre os rendimentos do capital; qualquer um chega a conclusão de que esse país é feito para os ricos se darem bem as custas dos pobres de da classe média.

    duran-duran

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  3. Pobre engenheiro, quanto por cento da renda vc acha que uma pessoa deve aportar?

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